fbpx

O efeito Stranger Things na publicidade mundial

Quando a quinta temporada de Stranger Things estreou, o mundo não apenas assistiu. O mundo mergulhou. O fenômeno que nasceu como série virou referência, case de cultura pop e, sobretudo, uma aula de marketing global.

O que você vê na tela é só a ponta do iceberg. A forma como a narrativa, o universo e as ações de marcas se conectam entre si revela um modelo de estratégia 360° que qualquer negócio pode aprender.

Stranger Things deixou de ser série para virar fenômeno cultural

Desde o primeiro episódio, Stranger Things criou uma conexão emocional forte com o público. A nostalgia dos anos 80, personagens carismáticos, referências pop e uma narrativa envolvente transformaram a série em algo maior do que entretenimento: uma linguagem cultural compartilhada.

E quando algo tem essa força, marcas entendem que vale a pena entrar nesse universo — não apenas para vender, mas para se posicionar, engajar e ganhar relevância.

Números que provam o impacto

Os dados da 5ª temporada são impressionantes e revelam o tamanho desse movimento:

  • A estreia do Volume 1, com quatro episódios, aconteceu em 26 de novembro de 2025.
  • Nos primeiros cinco dias, os quatro episódios iniciais registraram 59,6 milhões de visualizações globais.
  • Nesse mesmo período, a temporada acumular cerca de 284,2 milhões de horas assistidas.
  • Esse desempenho fez da temporada o maior debut de sempre para uma série em língua inglesa na história da Netflix.

Esses números não são apenas impressionantes. Eles mostram o tamanho do fenômeno — e por que tantas marcas querem fazer parte dessa conversa.

Mais do que parcerias: colaborações que expandem universos

O que torna Stranger Things diferente de muitos lançamentos de entretenimento é como ela extrapola a tela e cria pontes com marcas e narrativas do mundo real. E isso não foi por acaso.

Burger King: Upside-Down Whopper

O Burger King jogou com o conceito do “mundo invertido” e lançou um sanduíche literalmente de cabeça para baixo. A ideia é simples e impactante: quando uma marca entende a narrativa de outro universo, ela encontra uma forma memorável de se conectar.

Coca-Cola e a New Coke

A Coca-Cola trouxe de volta a New Coke, uma edição limitada que dialoga com a ambientação dos anos 80 da série. É um exemplo de como um produto pode ressurgir não por nostalgia vazia, mas por significado contextual.

H&M e moda retrô

Marcas de moda como H&M lançaram coleções inspiradas nos anos 80 com estampas que remetem ao universo da série. Aqui, o movimento não é apenas estético. Ele fala diretamente à identidade cultural que Stranger Things construiu.

Nike, Lego, Jansport e Baskin-Robbins

O universo de colaborações vai além da moda e do alimento. Mochilas, tênis, brinquedos e sobremesas temáticas fazem com que o fã sinta que o mundo de Stranger Things faz parte da sua vida real.

Isso é muito mais do que merchandising. É co-branding de respeito: quando duas marcas conseguem se somar sem perder autenticidade.

Experiências imersivas que transformam curiosos em fãs

Com o lançamento da temporada final, o fenômeno não está apenas em produtos licenciados. Está em experiências.

A Liverpool, por exemplo, abriu uma Pop-Up Store temática. A loja traz experiências imersivas, produtos colecionáveis e um cardápio exclusivo que dialoga com o mundo invertido. Essa é a prova de que experiência somada à narrativa gera engajamento real.

A Starbucks entrou no jogo com copos colecionáveis, bebidas temáticas e ativações que convidam o público a viver o universo da série e não só a consumir.

Até snacks do dia a dia entraram na conversa, como as edições especiais de Choco Rolls e menus temáticos no KFC.

O que o mercado pode aprender com Stranger Things

O que muitas marcas ainda não perceberam é que esse fenômeno não funciona por acaso. Ele entrega lições claras sobre como pensar estratégias de publicidade e posicionamento no século XXI.

1. Cada collab expande o universo

Quando marcas entram no universo de forma estratégica, elas não só alcançam novos públicos como reforçam sua própria narrativa. Isso vai muito além de licença ou associação superficial.

2. Novos públicos entram no seu radar

Uma collab bem posicionada não só fortalece a presença da marca como cria novos pontos de conexão emocional com públicos que talvez nunca tivessem se interessado antes.

3. O momento final é o mais importante

O fim de uma série, produto ou ciclo não é um encerramento. Pode ser a maior chance de todas — especialmente se você usar isso para criar narrativas, urgência e experiências que o seu público ame lembrar.

O legado vem antes da última cena

Ao contrário de muitos lançamentos que queimam hype e desaparecem, Stranger Things está usando essa reta final para criar um legado. E isso é a grande lição de marketing:

Não é sobre ter um bom produto.
É sobre construir um universo que as pessoas queiram viver, usar, compartilhar e lembrar.

Se você é criador, marca ou negócio, essa é a reflexão que vale agora:

O seu conteúdo e seus produtos contam uma história? Eles criam um universo? Eles fazem seu público dizer “isso é parte de mim”?

Quando sua resposta para essas perguntas for sim, você não estará apenas vendendo. Estará criando algo que dura.

O efeito Stranger Things na publicidade mundial é uma prova de que um fenômeno cultural pode, e deve, ser tratado como uma estratégia de marca sofisticada. Quando você entende que o consumidor quer sentir, participar e se conectar, sua abordagem deixa de ser apenas transacional e passa a ser memorável.

As melhores campanhas não são sobre o que você vende. São sobre o que elas representam.

E esse é o tipo de legado que marca gerações.

Se gostou do conteúdo, me acompanha no Instagram @raphafalcaof para ficar por dentro do mundo do marketing.

× Available from 09:00 to 17:00 Available on SundayMondayTuesdayWednesdayThursdayFridaySaturday