Quem diria que a marca que um dia foi apelidada de “feia, mas confortável” se tornaria uma das empresas mais ousadas e estrategicamente afiadas do mercado?
Pois é. A Crocs acaba de lançar mais uma jogada que, para quem entende de branding, diz muito sobre o novo marketing: uma collab com uma marca tech coreana chamada SLBS, resultando em capinhas de celular personalizáveis com o mesmo conceito dos famosos calçados.
Isso mesmo: capinhas com charms trocáveis, alça removível e design inspirado na identidade dos Crocs. Um produto novo? Sim. Mas mais do que isso: uma extensão natural de marca.
–
O que está por trás dessa estratégia?
Crocs entendeu algo que muita marca esquece no meio da obsessão por tendências e novos produtos: posicionamento não é sobre o que você vende, mas sobre o que as pessoas sentem quando usam o que você vende.
Eles não vendem só sapatos. Vendem um estilo de vida. Uma ideia de autenticidade. Uma personalidade divertida, customizável, fora do padrão. É sobre se destacar, mesmo que isso pareça “estranho” aos olhos tradicionais.
E com essa collab, eles reforçam exatamente isso. Transformam o objeto que está 24 horas na nossa mão — o celular — em mais um ponto de expressão pessoal. A capinha vira um símbolo do mesmo lifestyle: irreverente, colecionável, fora da curva.
–
Isso não é para todo mundo. E esse é o ponto.
O novo produto da Crocs não foi feito para o consumidor comum. Ele é pensado para um público específico, com desejos claros:
- Pessoas que querem expressar estilo até nos detalhes
- Amantes de produtos customizáveis
- Gente que vive com o celular à mão, compartilhando cada momento da vida online
Crocs não está tentando agradar todo mundo. Está transformando consumidores em fãs. Pessoas que compram não só pelo produto, mas pelo que ele representa. Que seguem, compartilham, colecionam. Que fazem parte de um clube, mesmo sem carteirinha oficial.
–
Transformar a fraqueza em força
Essa é uma das jogadas mais inteligentes que a marca vem repetindo: ela abraça a sua origem, inclusive o que era considerado um problema. O “sapato feio” virou símbolo de autenticidade. Um ícone da liberdade de estilo.
Agora, a marca aplica essa mesma lógica às capinhas. E faz isso sem perder coerência. Tudo se conecta. Tudo tem a mesma essência.
–
É estratégia, não modinha
Não se trata de aproveitar uma tendência passageira. É uma expansão bem pensada, com objetivos claros por trás:
- Aumentar o ticket médio por cliente
- Criar oportunidades de venda cruzada (quem compra o calçado, compra a capinha)
- Transformar clientes casuais em colecionadores
O discurso é simples, mas poderoso: “Já tem um Crocs? Agora leva tua capinha também.”
E tem mais: é um produto de entrada acessível. A capinha serve como porta de entrada para quem ainda não comprou o calçado, mas se identifica com o lifestyle da marca. Funciona como um primeiro passo dentro do universo Crocs.
–
O marketing que representa
Essa estratégia é a prova viva de um princípio que se aplica a qualquer negócio atual: o marketing de hoje não é sobre o que você vende. É sobre o que você representa.
Crocs representa ousadia, identidade e autenticidade. E transforma cada novo produto em uma declaração dessa essência. Não importa se é no pé ou no bolso.
Agora eu te pergunto: você usa — ou usaria — Crocs?
–
Se gostou do conteúdo, me acompanha no Instagram @raphafalcaof para ficar por dentro do mundo do marketing.