fbpx

Geração Z e o sonho de ser influenciador: Ilusão ou novo caminho?

Nos últimos anos, o desejo de se tornar um influenciador digital passou de tendência para quase um objetivo de vida entre os jovens. Esqueça o velho “o que você quer ser quando crescer?” com respostas como médico, advogado ou engenheiro. Agora, mais da metade da Geração Z sonha em viver de vídeos, dancinhas e publis.

Mas o que está por trás desse movimento? E o que isso diz sobre o mundo que estamos oferecendo para essa geração?

A nova utopia: trabalhar se divertindo e com liberdade

Segundo o Manual de Influenciadores da Morning Consult, os três principais motivos que explicam o fascínio dos jovens por essa carreira são:

  • A ideia de que é divertido;
  • A possibilidade de trabalhar com o que gosta;
  • E a liberdade de tempo que a internet promete.

De fato, tudo isso soa muito mais atraente do que a rigidez de um emprego tradicional ou os anos de estudo que um diploma exige.
Afinal, quem não gostaria de ser bem pago para viver postando?

Só que essa visão romantizada esconde uma realidade: ser influenciador dá trabalho — e muito. A rotina envolve produção constante de conteúdo, edição, gestão de comunidade, negociação com marcas, adaptação aos algoritmos… e a pressão por relevância que nunca acaba.

É uma corrida diária, onde a linha de chegada muda o tempo todo. E isso quase nunca aparece nos bastidores.

A realidade no Brasil: desconexão ou desesperança?

Ao mesmo tempo em que cresce o desejo por fama digital, outro dado acende o alerta: 1 em cada 5 jovens brasileiros está no chamado “modo nem-nem” — nem estuda, nem trabalha (IBGE, 2022).

Seria desinteresse? Falta de empenho? Ou uma geração que simplesmente não encontra sentido nas opções tradicionais?

Quando o que se oferece não conversa com os sonhos, as pessoas procuram outros caminhos. E para muitos jovens, as redes sociais parecem a única rota possível de sucesso, reconhecimento e liberdade.

4 horas por dia nas redes: construção ou comparação?

A Geração Z passa, em média, quatro horas por dia nas redes sociais (DataReportal, 2024).
Mas o que estão fazendo com esse tempo?

Nem sempre estão aprendendo.
Quase nunca estão criando algo de valor.
Na maioria das vezes, estão se comparando.
E tentando viralizar.

A pressão por performance online vem cedo. E se você não atinge um número mínimo de likes, seguidores ou visualizações, parece que está “fracassando na vida”.

Isso distorce o senso de identidade e valor pessoal. Afinal, quando tudo se resume a engajamento, qualquer queda vira crise existencial.

Mas ser influenciador é uma profissão?

Essa é a pergunta que muitos ainda fazem — e que metade da Geração Z já respondeu: sim, é.
De acordo com a Pearson (2023), 53% dos jovens enxergam o influenciador como um profissional legítimo. E não estão errados.

Mas profissão exige preparo.
Exige estudo.
Exige propósito.

Sem isso, ser influenciador se torna apenas mais uma busca por aprovação.
Mais um perfil tentando aparecer.

E quando a fama passa?

Todo mundo quer aparecer.
Mas poucos estão preparados para o momento em que os likes somem, as publis desaparecem e a câmera desliga.

Quando isso acontece, o que sobra?

Se o jovem não construiu base fora da tela — valores, habilidades, estrutura emocional —, corre o risco de se perder dentro dela.

E isso está acontecendo com mais frequência do que imaginamos.

A influência que permanece não vem da vaidade

Não há nada de errado em querer influenciar.
O problema está em querer ser visto sem ter algo a dizer.

Influência verdadeira nasce da entrega de valor. Da construção de respeito. Do impacto que você causa nas pessoas — não só da atenção que você recebe.

Se o seu desejo é influenciar, comece pelo conteúdo.
Pelo que você acredita.
Pelo que você tem a ensinar.

Porque a influência que permanece não se mede em views.
Se mede em transformação.

Se gostou do conteúdo, me acompanha no Instagram @raphafalcaof para ficar por dentro do mundo do marketing.

× Available from 09:00 to 17:00 Available on SundayMondayTuesdayWednesdayThursdayFridaySaturday